No final de 2019, o Projeto Meros do Brasil passou a integrar a Rede de Conservação da Biodiversidade Marinha, Rede Biomar, unindo-se aos reconhecidos esforços de outros cinco projetos que trabalham pela conservação de espécies marinhas e dos oceanos no país. São eles os Projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar, que assim como o PMB são patrocinados pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Projetos da Rede Biomar.
A rede, criada em 2007, é uma parceria entre Petrobras, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tem o objetivo de convergir esforços na preservação dos ecossistemas marinhos ao longo do território nacional.
Atualmente, os Projetos que compõem a Rede Biomar estão presentes em 13 estados. Dois deles, Paraná e Alagoas, passaram a integrar a área de abrangência da Rede com o ingresso do Projeto Meros do Brasil. Desde 2018, o PMB atua em nove estados e 46 munícipios, somando mais de 1.500 quilômetros de costa, desenvolvendo ações de pesquisa, conservação e educação ambiental.
Maurício Hostim, idealizador do Projeto em 2002, e atual Coordenador do ponto focal Espírito Santo, declara que fazer parte da Rede Biomar era um anseio da equipe. “É uma honra para o Meros do Brasil, integrar a Rede e trabalhar junto a esses cinco Projetos que, na atualidade, estão entre os mais importantes para a conservação marinha no Brasil. São iniciativas de longa data que realizam trabalhos de alta relevância pelo meio ambiente e junto à sociedade”.
Maurício Hostim.
O trabalho em parceria entre os Projetos já acontece mesmo antes da entrada do PMB na Rede, pela realização de práticas conjuntas pela conservação dos oceanos, como a participação em eventos técnico-científicos e de divulgação, em ações de educação ambiental e atividades de campo e pesquisa. Contudo, para Hostim, oficializar a entrada do PMB amplifica os benefícios dessa parceria a todos os Projetos. “Quando trabalhamos sozinhos as dificuldades são muito maiores. Na atuação em rede ganhamos força e nos reconhecemos na mesma causa, na mesma luta”, aponta o pesquisador.
Em 18 anos de trabalho, o PMB ampliou sua área de atuação para nove estados, consolidou suas linhas de ação, envolveu quase 50 mil pessoas em atividades e mais de um milhão em ações indiretas e tem oferecido os principais subsídios para a recuperação das populações de meros na costa brasileira. Além disso, seus pesquisadores criaram um Instituto para implementar a gestão e governança das ações do Projeto. A implantação da moratória nacional de pesca, iniciada em 2002 e prorrogada outras quatro vezes, tornando a captura, comercialização e o transporte da espécie proibidos, teve participação fundamental dos pesquisadores do PMB, sendo pioneira para uma espécie de peixe marinho no Brasil.
Segundo a Gerente Geral do PMB, a oceanógrafa Maíra Borgonha, os resultados de quase duas décadas dedicadas aos meros refletem o imenso esforço de um grupo que tem como propósito a conservação da natureza e também o envolvimento da sociedade. Sobre a nova conquista junto à Rede Biomar, Maíra aponta que a entrada do PMB se consolidou pela convergência com os interesses e objetivos da Rede: “O Meros é uma iniciativa pioneira no país, que já atua em uma rede de colaboração consolidada em nível nacional e internacional e atende públicos prioritários com ações de pesquisa, educação e comunicação em áreas de extrema relevância. Nós nos dedicamos a desenvolver um trabalho de excelência no país e agora podemos continuar essa missão por meio da Rede”.
Maíra Borgonha.
“O PMB chega na Rede Biomar para somar, trocar e trabalhar ainda mais em conjunto com parceiros de longa data. Essa nova etapa, reforça a importância que o Instituto Meros do Brasil (IMB) tem na história do PMB e para conservação marinha brasileira”, diz o biólogo e Presidente do IMB Jonas Rodrigues Leite. “O Meros do Brasil é o primeiro Projeto da Rede a ter um peixe como espécie bandeira para conservação dos ambientes marinhos e costeiros, esse fato auxiliará na compreensão e no debate sobre a preservação de espécies da fauna conhecidas apenas como recursos pesqueiros”, afirma Jonas.
Jonas Rodrigues Leite.
Essas conquistas foram possíveis com o apoio da Petrobras, e para Maurício Hostim, agregar o Meros do Brasil à Rede Biomar, demonstra também o comprometimento sério da Petrobras, que investe recursos e energia nas atividades de preservação do meio ambiente para transformar a realidade ao nosso redor reafirmando sua responsabilidade socioambiental.
“Os benefícios de uma parceria entre diversos setores são revertidos tanto para natureza quanto para a sociedade. Em primeiro lugar, quem sai favorecida é a conservação marinha no Brasil. A sociedade também ganha pois não é um investimento em um único projeto, mas em uma rede, em que estamos todos seriamente envolvidos não só com a preservação das espécies que chamamos de bandeira como os meros, as tartarugas, os golfinhos, baleias e albatrozes, mas com a proteção dos ambientes que elas utilizam, como os recifes de corais, os manguezais. Estamos comprometidos com a preservação da vida na Terra, nessa e nas futuras gerações” reforça Maurício.