Projeto Monitoramento por telemetria acústica
Monitoramento de Meros (Epinephelus itajara) através de telemetria acústica: subsídiospara a conservação da espécie e efetivação de Políticas Públicas
O mero é classificado como vulnerável pela IUCN global e criticamente ameaçado pela avaliação brasileira realizada pelo MMA. No Brasil a pesca do mero esta proibida desde 2002. Assim, estudos envolvendo a bioecologia e mapeamento de áreas prioritárias para o seu ciclo de vida vem de encontro as necessidade de dados científicos para fomentar medidas de manejo e preservação da espécie.
Em estudos anteriores a equipe do Instituto Meros do Brasil mapeou e confirmou agregações reprodutivas de meros no litoral do Paraná, sul do Brasil, com 14 indivíduos capturados e com quatro receptores, sendo dois localizados no Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais.
Este projeto propôs a continuidade e ampliação da rede de monitoramento, vista como prioritária pelo Projeto Meros do Brasil em que foram empregadas abordagens diferenciadas: Para os mergulhos científicos, visando identificar áreas de agregação, foi utilizada a técnica de busca subaquática. Os meros foram marcados com auxilio de mergulho autônomo, através de tags externos presos em arpões modificados e adaptados. Já na telemetria acústica, os meros foram capturados utilizando linha de mão e anzol. Através de técnicas não letais, foram coletadas amostras idade (raio da nadadeira dorsal), dieta (conteúdo estomacal) e de reprodução (amostra de gônadas). Cada exemplar recebeu dois tipos de marcadores (tags) sendo: Tag sônico e Tag externo de identificação de captura. Após estes procedimentos os exemplares foram soltos e monitorados periodicamente através da manutenção e leitura da rede de receptores.
Os resultados obtidos através da metodologia descrita acima evidenciaram que os recifes artificiais localizados dentro do PARMAN das Ilhas dos Currais são sítios de agregação reprodutiva de meros. Este é o primeiro registro de uma local de desova de meros na costa brasileira. Acreditamos que esta informação, aliada aos dados temporais de estimativas de abundância obtidas pelo Projeto Meros do Brasil na região, poderão auxiliar e promover novas políticas públicas de proteção e conservação da espécie. Além disso, por se tratar de uma unidade de conservação de proteção integral que esta se estruturando e em fase de construção do Plano de Manejo, as informações geradas poderão ser utilizadas pelo gestor e conselhos, delimitando o zoneamento de áreas permitidas à visitação (incentivando o mergulho contemplativo da espécie) e o estabelecimento de áreas prioritárias para a proteção dos meros.
Coordenação: Matheus Oliveira Freitas
Fonte financiadora: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Parcerias: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto MarBrasil, Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)
Período de realização: 2016-2018
Website: http://www.merosdobrasil.org/
Projeto Meros do Brasil
O Projeto Meros do Brasil tem como principal objetivo a conservação dos meros e dos ambientes costeiros e marinhos por meio da realização de ações de pesquisa, educação e comunicação.
O Projeto surgiu em 2002, tendo em vista o cenário de declínio dos meros na costa brasileira, por meio de um grupo de pesquisadores no estado de Santa Catarina. A iniciativa buscava viabilizar recursos para a pesquisa e conservação dos meros no limite sul de ocorrência desta espécie no Oceano Atlântico Ocidental.
Em 2017, o IMB passou a ser o responsável legal pelo Projeto, que, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, ampliou a área de estudo para nove estados da costa brasileira. A realização de estudos de maior amplitude tem permitido atuar não somente na conservação dos meros, mas também dos ambientes marinho-costeiros associados como manguezais, recifes de corais e costões rochosos.
O Projeto Meros do Brasil é realizado por nove instituições que trabalham juntas por meio de uma rede de parceria técnica e científica em seus diferentes pontos focais. O Projeto conta também com a parceria de mais de 60 instituições apoiadoras nos desafios de pesquisa e conservação de uma espécie que é distribuída amplamente em praticamente todo o litoral brasileiro.
Atualmente, os meros são tidos como um símbolo de conservação e proteção dos ambientes costeiros e marinhos no país. Esse resultado foi possível graças à pluraridade de olhares e aspirações compartilhadas entre a academia (onde surgiu), sociedade (para quem se destinam os esforços de conservação dos meros e ambientes marinhos e costeiros) e a iniciativa privada e governamental que suportam, apoiam e acreditam na realização das suas ações.
Coordenação: Maíra Borgonha
Fonte financiadora: Petrobras – Programa Petrobras Socioambiental
Parcerias: Universidade Federal do Pará (Pará); Universidade Federal de Pernambuco (Pernambuco); Universidade Federal de Alagoas (Alagoas), Movimento Cultural Arte Manha (Bahia); Universidade Federal do Espírito Santo (Espírito Santo); Associação Amigos do Museu Nacional (Rio de Janeiro); Instituto de Pesca (São Paulo); Museu de História Natural Capão da Imbuia (Paraná) e Instituto COMAR (Santa Catarina).
Período de realização: 2017-2020
Website: http://www.merosdobrasil.org/
Facebook: https://www.facebook.com/projetomerosdobrasil
Instagram: @merosdobrasil
Youtube: https://www.youtube.com/user/ProjetoMerosdoBrasil/featured
Projeto Tubarões e Arraias
O Projeto Tubarões e Arraias desenvolveu um audacioso programa de educação ambiental no litoral alagoano voltado a conservação dos elasmobrânquios e seus ambientes.
Para tanto, realizamos a capacitação de professores, através do desenvolvimento de atividades didáticas, palestras, confecção e divulgação de material informativo, inclusive nas redes sociais, em reportagens para portais de notícias, jornais impressos e telejornais.
As atividades de educação ambiental desenvolvidas atingiram mais de 3.000 estudantes e 14 professores de escolas da rede pública e privada de oito municípios que, grande parte, compõem as Áreas de Proteção Ambiental da Costa dos Corais (APACC) e Piaçabuçu (APA Piaçabuçu), além da Reserva Extrativista Marinha Lagoa de Jequiá da Praia (RESEX Jequiá).
Além das atividades didáticas, que tiveram conteúdo teórico e prático, foi doado um kit as escolas visitadas, contendo um pequeno tubarão, Rhizoprionodon porosus, devidamente fixado e conservado em álcool 70%, pele curtida, maxilas e vértebras de tubarões e arraias frequentemente pescados ou comercializados na costa alagoana.
Para cada escola foram desenvolvidas aulas distintas, destacando a história, pontos turísticos e informações gerais de cada município, além das espécies mais comuns de tubarões e arraias, com sorteio de camisetas, adesivos e cartazes educativos. Ao final, além do kit, material didático foi disponibilizado aos professores, buscando facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Também participamos de feiras de ciências e exposições em praças públicas, além de stands no Circuito Penedo de Cinema (2018/2019), com exibição de arcadas dentárias, animais taxidermizados, conservados em álcool e painéis.
Para as ações de informação ambiental e legislação pesqueira utilizamos palestras e exposições em eventos acadêmicos no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL), além de visitas a colônias de pesca e cursos de capacitação de jangadeiros para o turismo em áreas recifais, respectivamente. Curiosidades, esclarecimentos sobre comportamento dos tubarões e arraias, além das espécies protegidas no litoral eram sempre abordados.
Devido a elevada taxa de analfabetismo dos pescadores alagoanos, uma linguagem visual foi desenvolvida para a confecção das palestras, camisetas e cartazes que foram distribuídas entre cerca de 350 pescadores de distintas localidades.
Aproveitamos, também, outros espaços para atingir públicos específicos, como empresários, gestores públicos e políticos, como a Oficina de Sustentabilidade – Agenda Internacional do Desenvolvimento Sustentável na APA Costa dos Corais, realizada na Câmara de Vereadores de Paripueira.
As atividades desenvolvidas valorizaram a cultura e reconhecendo os conhecimentos locais, mesmo que equivocados frente aos tubarões e arraias, buscando compreender suas dimensões, para posteriormente desmistificar e alinhar as informações cientificas com a educação escolar.
Por fim, um fórum virtual voltado a conservação e educação foi desenvolvido para a região, onde esclarecimentos sobre “fakenews”, reportagens e artigos são compartilhados, melhorando a relação entre as diversas comunidades, meios de comunicação e os tubarões e arraias no litoral alagoano.
Coordenação: Cláudio Luis Santos Sampaio
Fonte financiadora: Instituto Linha D’Água
Parcerias: Universidade Federal de Alagoas
Período de realização: 2018
Facebook: https://www.facebook.com/tubaroesearraias/
Instagram: @ lic.ufal.penedo
Projeto Conservação do Peixe Papagaio
Conservação do peixe-papagaio endêmico e ameaçado de extinção Scarus trispinosus nos recifes da APA Costa dos Corais (Pernambuco e Alagoas) com foco no Plano de Ação. Nacional para Conservação dos Ambientes Coralíneos – PAN Corais
Scarus trispinosus (Perciformes:Scaridae) um peixe endêmico do Brasil conhecido como budião-azul ou bico verde está entre as espécies de peixe-papagaio mais ameaçada do mundo e se encontra como em perigo na lista da IUCN, na lista da portaria 445 do MMA e como espécie prioritária para conservação no PAN Ambientes Coralíneos.
Com base em declínios medidos em vários locais da costa brasileira, estima-se que a população global desta espécie tenha diminuído em pelo menos 50% nos últimos 20 a 30 anos (três gerações de duração). Neste contexto, o presente projeto tem como objetivo implementar ações prioritárias de conservação do peixe-papagaio endêmico e ameaçado de extinção Scarus trispinosus nos recifes da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC) com foco no PAN Corais.
As ações do Projeto se concentram em três frentes principais: (1) Pesquisa para melhor compreensão do uso de habitat e comportamento da espécie: Dados de ocorrência e distribuição serão utilizados para um mapeamento de áreas prioritárias para conservação (ex. berçário, alimentação, reprodução). Os dados adquiridos irão compor mapas de modelagem matemática para áreas prioritárias para conservação dentro da APACC, visando ações de gestão e manejo como subsídios para o zoneamento e estabelecimento de áreas de recuperação da biodiversidade (áreas “no take”); (2) Resgate do conhecimento tradicional para entender o declínio da espécie. Além disso, são executadas ações juntamente com a comunidade pesqueira local, órgãos gestores municipais e federais para implantação do plano de recuperação da espécie. (3) Educação ambiental visando conscientização da importância ecológica do como espécie bandeira. Ações de EA para diferentes públicos como comunidade local (crianças e pescadores) e turistas tem buscado a sensibilização em relação ao budião-azul.
Com uma abordagem holística e multidisciplinar e a combinação de parcerias entre órgãos gestores, academia e ONGs o presente projeto tem buscado alcançar ações concretas de conservação para o Bodião Azul, uma espécie prioritária para conservação e com populações extremamente reduzidas na costa brasileira.
Coordenação: Pedro Henrique Cipresso Pereira
Fonte financiadora: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Parcerias: Projeto Conservação Recifal
Período de realização: 2019 - 2020
Facebook: https://www.facebook.com/projetoconservacaorecifal/
Instagram: https://www.instagram.com/pcrconservacao/