O projeto "Meros - estratégias para a conservação de ambientes costeiros e marinhos do Brasil" é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, contemplado na seleção de projetos para o ano de 2007.

Entre os principais objetivos, além da preservação do peixe, está a conservação dos ambientes associados como manguezais, recifes de corais e ambientes rochosos.

Todas as ações do projeto foram propostas através de um longo processo de construção e amadurecimento coletivo de ações prioritárias de pesquisa, gestão, comunicação e educação ambiental direcionada ao Mero e ecossistemas associados à espécie. Quatro instituições trabalham juntas nesta empreitada, em 4 pontos focais: Bahia - Ecomar, Pernambuco - Ircos, Santa Catarina - Univali e São Paulo - Instituto Vidágua, alem de novos parceiros que estão sendo agregados.

A biologia e importância da espécie foram fundamentais para elaboração do projeto que não começou agora.

O Mero, Epinephelus itajara, conhecido como o "senhor das pedras" ou "gigante do mar" é uma espécie de peixe de grande porte, da família Serranidae, a mesma da Garoupa e do Badejo. Além de ambientes costeiros e marinhos do Brasil, o peixe é encontrado em águas tropicais e subtropicais oceano Atlântico - por todo Golfo do México e Caribe, do Pacífico do Golfo da Califórnia (EUA) até o Peru.

A caça indiscriminada, escassez de habitat e poluição do ambiente marinho, vem resultando em sérias perdas populacionais. Estes fatores aliados a falta de informações consistentes sobre sua biologia, foram decisivos para inclusão do Mero na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da IUCN (Internacional Union for Conservation Nature) como espécie Criticamente Ameaçada

Em 2001, foi lançada a primeira iniciativa para preservação da espécie, o projeto "Meros do Brasil", uma parceria da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) e a ONG de Proteção a Vida Marinha - Vidamar, que mobilizou esforços na proteção e conservação do peixe, em Santa Catarina.

Depois disso, outras iniciativas independentes surgiram na busca de informações para preservação do peixe e para a criação de um plano de manejo nacional. Os esforços isolados, que começaram há pelo menos seis anos, resultaram na edição, pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da portaria 121 de 20 de setembro de 2002, que proibiu a pesca e comercialização do Mero por um período de cinco anos, em todo o território brasileiro. O fato proporcionou aos pesquisadores mais tempo para a divulgação e coleta de informações sobre a biologia da espécie, locais de agregação, reprodução, alimentação e padrões de migração.

Com a aprovação do projeto para preservação do Mero pelo Programa Petrobrás Ambiental, os estudos serão sistematizados e aprofundados, envolvendo as comunidades locais e o conhecimento popular dos pescadores de cada região focal. O objetivo é proporcionar o desenvolvimento de uma série de ferramentas e mecanismos visando à conscientização ambiental e a proteção da espécie e de seus ambientes naturais.

As ações do projeto serão norteadas por três linhas de atuação:

A) Pesquisa e Conservação. Nesta etapa estão previstos obter informações sobre a bioecologia da espécie e investir no Conhecimento Ecológico Local de pescadores como fonte principal de informações. Entre as principais ações estão:

B) Gestão Ambiental. Esta fase vai aliar os resultados e experiências obtidas, e propiciar a extensão das informações sobre o projeto para a sociedade e sua inserção no âmbito político/ambiental do pais, a partir das seguintes ações:

C) Educação e Comunicação Ambiental. Para complementar os trabalhos, estão as atividades de educação e comunicação ambiental, que visam inserir a proposta no cotidiano dos moradores locais, promovendo a sensibilização quanto a conservação dos ambientes marinhos e costeiros e sua biodiversidade, Serão desenvolvidos: